terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre o tempo e a ternura


(extraído de carpinejar.blogspot.com)

Viver tem sido adiantar o serviço do dia seguinte. No domingo, já estamos na segunda, na terça já estamos na quarta e sempre um dia a mais do dia que deveríamos viver. Pelo excesso de antecedência, vamos morrer um mês antes.

Está na hora de encarar a folha branca da agenda e não escrever. O costume é marcar o compromisso e depois adiar, que não deixa de ser uma maneira de ainda cumpri-lo.

Tempo é ternura.

Perder tempo é a maior demonstração de afeto. A maior gentileza. Sair daquele aproveitamento máximo de tarefas. Ler um livro para o filho pequeno dormir. Arrumar as gavetas da escrivaninha de sua mulher quando poderia estar fazendo suas coisas. Consertar os aparelhos da cozinha, trocar as pilhas do controle remoto. Preparar um assado de 40 minutos. Usar pratos desnecessários, não economizar esforço, não simplificar, não poupar trabalho, desperdiçar simpatia.

Levar uma manhã para alinhar os quadros, uma tarde para passar um paninho nas capas dos livros e lembrar as obras que você ainda não leu. Experimentar roupas antigas e não colocar nenhuma fora. Produzir sentido da absoluta falta de lógica.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Defeitos

Quis olhar seus próprios defeitos
Com a compreensão e a tolerância
De quem sabe que o conhecimento das coisas
Só vem com o tempo e a vida vividos...
Acreditava que fazemos tão somente
O que somos capazes no momento
Nem mais, nem menos.

Nosso olhar para o mundo é sempre por hora...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Alma inquieta
Grita palavras amedrontadas
Especialmente
Quando queremos manter a mente
Em silêncio...