quinta-feira, 18 de junho de 2020

Falso poeta

Cavei cova funda
e enterrei teus contos
escritos na melodia cafona
dos sentimentos rasos
e desejo$ torpes.

Teus exageros (mal) disfarçados
Te fizeram construir
Sonhos mascarados 
 Em trouxas de búzios e patuás.

Teus falsos protetores
Fizeram-me abraçar
O rosário de aves-marias
Ladainha de contas decimais
Guardado no baú das recordações insuspeitas.

Amor de nada

Foi buscar esse amor turmalina
Nos orixás do terreiro
O sangue derramado
Não apagou as sombras 
Dos tropeços de outrora 
Dos vivos fantasmas do presente
Do brilho fosco das promessas
Dos desejos monetários.
A dívida com a pomba-gira
Azarou o seu fim.