quinta-feira, 29 de março de 2012

terça-feira, 27 de março de 2012

o que sou

no meio dos risos tontos
(gostosos, de criança)
penso nos momentos únicos
pequenos e sublimes
que vivi com vocês...
enche meu coração de amor
(é possível caber mais?)
tudo de bom que cada um
desperta em mim...
me fazem lembrar
depois da aspereza dos dias,
que tudo passa,
que o tempo voa,
que a vida segue e
que a noite pode ser
mais leve...

domingo, 25 de março de 2012

Quase abril

Outono...
Dias claros sinceros
De brisa suave que espero,
Muito-bem-te-quero!

(chegou verão ao fim,
enfim!)

sábado, 24 de março de 2012

momento

é provável
que tenha ficado
meio           ins
                            tá
                                    vel
                                 

sexta-feira, 23 de março de 2012

pro fundo

Quando me senti sozinha e quis falar (pouco, apenas pouco) da tristeza que ia em mim, ouvi das pessoas que dizer sobre o que nos entristece soa deprimente e que sentir-se mal é desagradável aos olhos e ouvidos. Disseram-me que as palavras devem ser sempre leves, doces e, se possível, engraçadas. Ouvi que o desejável é ser sempre otimista, sempre parecer feliz. O desejável nem sempre se alcança. O que sabemos, por vezes, não é suficiente para o que somos e vivemos. Calei-me. Afastei-me. Tornei-me mais só do que já estava.

Sinto que algumas palavras precisam ser ditas para que possamos ouvi-las e entender o que há em nós. Não existem apenas palavras amenas. Não há somente sentimentos despreocupados, reconfortantes e, tampouco, apenas sensações alegres. Há o pesar, há a tristeza, há um pouco de tudo em nós. Procurei um ouvido atento a tamanha complexidade que ia em mim. Procurei uma voz. Gostaria de ser uma criatura mais simples, de sentimentos rasos. Não fui feita assim. Se me calo, transbordam palavras em meu corpo e escorrem pelos meus dedos...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Instantâneos

deixei passar o tempo
instante encerrado, um lamento

não esqueci do que queria
no vazio que se entrevia

segui a procurar, enfim
o que se perdeu de mim

quarta-feira, 14 de março de 2012

o que me falta

se sonho contigo
nas noites
ou se me pego
a olhar para a lua
(pensamento distante)
não é (apenas)
pela saudade tua
é pela falta doída
da minha vida
antes desta
ausência crua

terça-feira, 13 de março de 2012

Os chatos

A definição perfeita de Fabrício Carpinejar. Quem não conhece alguém assim, que atire a primeira pedra!

* O chato fala o que sente. De qualquer jeito. Nem escolhe o que fala. É preguiçoso. Não nos escuta e continua falando. Não se importa se estamos ouvindo ou não, quer falar. Qualquer coisa. Nada interrompe sua carência.

* O chato sempre diz que esqueceu de comentar alguma coisa. E nos prende até lembrar. E não era nada.

* O chato não conversa, dá palestra.

* O chato é um megalomaníaco sem importância.

* O chato é um vendedor sem produto.

* Além de não calar a boca, ele não nos permite ir embora, segura nosso ombro ou aperta o nosso braço.

* O chato sabe tudo, menos que é um chato.

* O chato força a tosse, o bocejo, o grito. Altamente inconveniente, é normal passar do ponto.

* O chato descreve suas dores, mas não toma nenhuma providência.

* O chato estraga o sagrado momento do café do trabalho, para pedir favor.

* O chato atrapalha querendo ajudar. O chato não oferece conselhos, mas impõe condições.

* O chato conta a mesma piada de novo, ri sozinho e ainda faz comentários de como aquilo é engraçado.

* O chato não sabe o que fazer do seu tempo, e usa o nosso.

* O chato é um bajulador do bem e do mal. Incapaz de fazer um elogio sincero ou até uma reclamação honesta.

* O chato é sua mãe no pior dia mais a sogra no seu pior dia mais as tias solteironas mais a professora de Religião.

* O chato está a um passo de ser nojento. Não provoca pena, mas raiva.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O que fica contido

À sombra dos meus temores, as palavras contidas se misturaram em nuvens de tempestade que trovejam sobre mim. Acordam-me dos meus sonhos e me põem a ouvi-las de forma insistente no escuro das noites.
Quero aprender a dissipar as nuvens. Quero chuva sem raios, apenas para derramar sensações de consolo. Quero sonhar sem acordar com trovões. Quero mergulhar em mim sem medo dos pesadelos. Quero que as palavras contidas extravasem a conta gotas.

domingo, 11 de março de 2012

Água viva

em frente à janela
a piscina, azul sem fim
bem te vi pousa,
olha ao redor, arrisca-se
mergulha, enfim
água fria 
nele desperta
pequeno sorriso
em mim