terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os outros

Encontrei-a muito tempo depois, nas redes sociais que frequentamos ultimamente. Adicionei-a, quis conversar com ela. Eu, preocupada e assustada com uma nova situação em minha vida. Ela, agradecida e orgulhosa por ter vivido situação semelhante.

Fiquei pensando na maravilha de manter o contato com quem está distante, mas, sobretudo, nas diferentes formas de viver e encarar a vida e o quanto aprendemos com essas diferenças. Não sou uma pessoa deprimida, não me entrego, não fico paralisada. Mas estou longe de ser a mais otimista das criaturas. Sou, como costumo dizer, realista e olho sempre os dois lados das situações. Sou ansiosa e, algumas vezes, essa ansiedade me domina. Vivo as situações por inteiro e sofro, muitas vezes, com elas. Sozinha, à noite, no escuro. Não choro em público.

Descobri, também, que o passar do tempo tem me feito medrosa. Avistar um vale ao lado da montanha não me remete à beleza da paisagem, mas ao perigo ela representa. Andar de teleférico me dá calafrios. No avião, respiro fundo para não sentir uma pontada de pânico, para não deixar o medo me dominar.

Fiquei pensando nesse medo. Fiquei pensando nos desafios. Fiquei pensando na vida. Não cheguei à nenhuma conclusão, fora o fato de que algumas virtudes necessitam de exercício. Identifico, muitas vezes nos outros, o que preciso e suo para chegar perto do que considero ideal (ai, os perfeccionistas...). Os outros são meus espelhos, de defeitos e qualidades, e sou uma exímia observadora de falas, modos e gestos. Muitas vezes, na dúvida, procuro em outros rostos um modo de agir.

Muito obrigada a todos os que, anonimamente, me fazem olhar para mim mesma de outro modo. E também, anonimamente à minha amiga, por me fazer perceber que é preciso olhar a vida com outras lentes. Tentarei, nesta semana, no escuro do quarto, apenas dormir...

4 comentários:

Roberta Lopez disse...

Querida, exercitar as virtudes, reformular, repensar, retomar, ousar é um exercício diário. Permitir-se mudar e abrir-se ao outro é maravilhoso! Admiro você!

Analu Bittencourt disse...

Obrigada, querida! Também te admiro muito, amiga!
Beijos!

Anônimo disse...

É porisso que precisamos uns dos outros.Sempre haverá alguem melhor ou pior que nós num determinado instante.As trocas só ocorrem quando há desnível. Quando tudo é igual existe apenas "o espelho".Haja narcisismo: o mundo é minha imagem e semelhança.


L A K Bittencourt

Analu Bittencourt disse...

Bom olhar para o mundo e ver as diferenças! Beijos!